Vereadores participam de reunião de emergência sobre Covid-19
Com o aumento de casos e a situação caótica da ala covid-19 nos hospitais públicos e particulares, vereadores e representantes de vários segmentos da sociedade se reuniram na manhã desta sexta-feira (26), para debater novas estratégias de emergência para diminuir o número de casos de pessoas infectadas com o Covid-19.
“Estamos com um quadro muito grave, sem vagas no hospital, com o atendimento da UPA no limite, com os casos positivos em alta e precisamos tomar medidas. Para isso, queremos ouvir antes os representantes de diferentes segmentos”, frisou o prefeito Tauillo Tezeli.
O médico Renato Gibim, diretor técnico da Santa Casa, alertou a população da gravidade dos hospitais. “Não temos mais onde colocar pacientes, nem pelo SUS nem por convênios. A situação já era prevista, visto que grande parte da população não adota as medidas recomendadas pelas autoridades de Saúde, disse.
Gibim lembrou ainda que todos os planos emergenciais estão esgotados. “A população não está se cuidando e não vamos poder ajudar mais, todos os planos emergenciais já se esgotaram. Para fora dos hospitais parece que a doença não existe. As pessoas não estão entendendo o que está acontecendo e que a situação piorou demais”, desabafou o médico.
O Coordenador da Unidade de Regulação de Leitos da região Macro Noroeste, da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), Adelson Gonçalves dos Santos, foi ainda mais enfático. “A nossa rede entrou em colapso. Não há mais vagas”.
A vereadora Naiany Hruschka Salvadori, pediu encarecidamente aos moradores de Campo Mourão para que se cuidem e cuidem das outras pessoas. “Quero pedir especialmente aos jovens para que não façam e nem participem de aglomerações. Temos de ter consciência que a situação é muito grave e não podemos relaxar. Uso de máscaras, álcool gel, limpeza das mãos e distanciamento social deve ser prioridade nesse período caótico da pandemia”, lembrou.
Na macrorregional noroeste, ao menos 70 pacientes estão na fila aguardando vagas de leitos de UTI ou enfermaria.
Para a superintendente da Santa Casa de Campo Mourão, Lucinéia Marques de Souza Scheffer, se não houver providencias, muitas pessoas irão morrer. “Estamos com escassez de insumos no mercado, os preços estão absurdamente caros e se não houver fiscalização mais rigorosa, ações de conscientização da população e aplicação da Lei com ainda mais rigor, muitas pessoas irão morrer nos próximos dias e nós não poderemos fazer nada”.
O Promotor de Justiça de Campo Mourão, Lincoln Luiz Pereira, recomendou durante sua explanação – por videoconferência – a prisão de quem descumprir o decreto. “Quem não estiver obedecendo às normas do decreto, a polícia deve prender. Depois que estiver contaminado não adianta entrar com ação civil pública exigindo uma vaga em hospital”.
O bispo de Campo Mourão, Dom Bruno Elizeu Versari, alertou as autoridades para a vacinação em massa. “Não vejo falar em vacina. Quem deveria estar preocupado com a população, com o caos nos hospitais, com a vacina, está promovendo aglomerações, incentivando o não uso de máscaras, e monitorando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda parlamentares ao limitar as situações em que eles podem ser presos, além de proibir que os congressistas sejam afastados de seus mandatos por ordem judicial”, criticou.
Segundo ele, a população tem de cobrar a vacinação mais rápida. “Não podemos concordar com a morosidade da vacina. A população tem de ir pra cima de quem tem os recursos para comprar a vacina, que é a solução”.
Nesta sexta-feira, a 11ª Regional de Saúde irá distribuir vacinas enviadas pelo governo do estado para dar continuidade á vacinação de idosos acima de 85 anos.
Além da vereadora Naiany Hruschka Salvadori, também participaram da reunião, o presidente da Câmara, vereador Jadir Soares (Pepita), Marcio Berbet e Toninho Machado.