Lei Lucas: Alessandra Zamora esteve na Câmara de C. Mourão

por adm publicado 02/05/2018 16h58, última modificação 02/05/2018 16h58

Ela é mãe do menino Lucas, de 10 anos, que morreu engasgado

 

Na manhã desta sexta-feira (27/4), o presidente da Câmara de Vereadores de Campo Mourão, Edson Battilani (PPS), recebeu a visita de Alessandra Begalli Zamora, mãe do garoto Lucas Begali Zamora de Souza, de 10 anos, que no dia 29 de setembro do ano passado faleceu engasgado (asfixia), no interior de São Paulo. Desde o falecimento do filho único, ela lidera uma mobilização – que ganhou âmbito nacional – para que professores e profissionais que trabalham com crianças recebam treinamento para prestar primeiros socorros.

Dados oficiais dão conta que 810 crianças, na faixa de zero a 14 anos, morreram no país em decorrência de engasgamento no ano de 2015, último levantamento disponível nos órgãos competentes. Acredita-se, porém, que o número real seja ainda maior. Sobre sequelas permanentes deixadas em crianças vítimas de engasgamento não existem estatísticas oficiais. Nas redes sociais e na internet são incontáveis os registro de casos de crianças que perderam a vida por não terem recebido o devido socorro depois de se engasgar com alimentos, principalmente.

O menino Lucas engasgou-se ao comer um cachorro quente durante um passeio da escola a Cordeirópolis (SP). Ele morava em Campinas e, apesar de atendido por uma equipe de socorristas deslocada até o local, faleceu dois dias depois em um hospital de Limeira, após sete paradas cardíacas. A equipe levou oito minutos para chegar ao local, depois de acionada, mas a falta de uma pessoa capacitada para prestar os primeiros socorros de imediato resultou na morte.

Mobilização

Na tentativa de evitar que crianças continuem a perder a vida por falta de pessoas capacitadas a prestar os primeiros socorros em casos de asfixia, Alessandra Zamora iniciou uma mobilização no final de outubro do ano passado. Sua irmã criou uma página no Facebook para alertar outras mães. Em apenas alguns dias, a página alcançou mais de 10 mil curtidas e milhares de relatos de vítimas de engasgo foram postados na rede social. Atualmente, a página "Vai Lucas" conta com mais de 142 mil seguidores.

"Do luto à Luta", é assim que Alessandra Zamora, de Campinas, caracteriza a mobilização. Projeto de lei que torna obrigatória a realização de treinamento em primeiros socorros para professores e profissionais que trabalham com crianças já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e atualmente encontra-se em apreciação no Senado Federal. Em centenas de municípios e vários estados estão em tramitação ou já foram aprovadas leis adotando a medida.

Campo Mourão

Em Campo Mourão, os vereadores Edson Battilani, Edoel Rocha, Sidnei Jardim e Sidney Ronaldo Ribeiro – “Tucano” apresentaram indicação legislativa, no início deste mês, alterando a legislação em vigor no Município, desde 2014, que tornou obrigatória a realização de cursos de primeiros socorros a todos os funcionários de instituições de ensino que oferecem educação infantil.

A indicação é no sentido de que a obrigatoriedade se aplique a todas as instituições de ensino contempladas com educação infantil, da rede pública e particular. Também denomina a legislação de “Lei Lucas”. Aos estabelecimentos que se adequarem as exigências, a proposta é que seja conferido o selo “Lucas Begalli Zamora de Souza”. Já aqueles que não se adequarem, a proposta é que sejam punidos. Inicialmente com advertência por escrito, depois multa de 500 UFIR’s e até cassação de alvará (quando se tratar de creches ou escola particular).

“É muito importante que funcionários e professores das creches e escolas da rede pública e particular tenham noções básicas de primeiros socorros, devido ao grande número de crianças com que convivem diariamente”, explicam os vereadores na mensagem justificativa da indicação legislativa. Eles ressaltam ainda que os primeiros socorros protegem a vítima contra maiores danos, até a chegada de um profissional de saúde especializado.