Audiência pública proporciona diálogo entre autoridades em Saúde
Por cerca de 03h15, vereadores, prefeito, secretários, a nova direção da Santa Casa, o Conselho municipal de Saúde e o promotor de Justiça com atribuições em Saúde Pública, debateram no plenário lotado do Poder Legislativo, a ‘atual situação da Santa Casa e o pedido de intervenção requerido pelo Conselho Municipal de Saúde.
Os trabalhos da audiência foram comandados pela presidente da Comissão Permanente de Saúde, Educação e Segurança Pública, vereadora Naiany Hruschka Salvadori e pelos membros Subtenente Macedo e Paulo Pilatte. Além dos integrantes da Comissão, participaram da audiência os parlamentares, Miltinho Cidade Nova, Olivino Custódio, Tio Leco, Jadir Soares (Pepita), Elvira Schen, Toninho Machado, Escrivão Parma, Bina e o presidente do Legislativo, Edilson Martins.
No início dos trabalhos, o vereador Marcio Berbet, autor do requerimento propondo a audiência, lembrou os motivos para convocação da reunião com autoridades de Saúde, direção da Santa Casa e com o Ministério Público. “O pedido para sessão foi feito antes da eleição da nova diretoria. O nosso objetivo é saber qual é a atual situação da Santa Casa. A audiência busca também uma solução para os problemas do hospital”, comentou Berbet.
A presidente do Hospital, Mariceli Bronoski, lembrou que a assumiu a direção da Casa de Saúde, há 67 dias, com inúmeros problemas. “Foi um período de muitas descobertas, batalhas e avanços. Todos os problemas que existem dentro do hospital podem ser resolvidos, chegou o tempo de começar uma nova história para a Santa Casa. A atual situação é o momento de resolvermos”, enfatizou Bronoski.
Segundo ela, a nova diretoria encontrou dívidas e problemas. “Encontramos uma dívida não auditada de cerca de R$ 57,8 milhões, falta de medicamentos, insumos e alimentos e fornecedores com atraso médio de oito meses, além de atraso de cinco meses nos salários de médicos, furos de escalas, cartas de desligamentos de profissionais de vários setores, falta de pagamentos de impostos e ausência total de controles básicos gerenciais, financeiros e operacionais”.
Bronoski lembrou ainda que foram encontradas falhas graves na parte administrativa. “Ausência do processo de gestão de custos e resultados, falta de processos envolvendo gestores, setores como, leitos, UTI adulta, centro cirúrgico e farmácia satélite, desativados, entre outros problemas graves. O endividamento que em 2012 era de R$ 11.818.106, 84 milhões, em 2022, passou para R$ 54.461.420,61. A sociedade tem de conhecer o que há dentro da Santa Casa”, destacou.
Ela destacou as linhas de ações ao assumir a direção do hospital. “Negociações com os médicos para continuar as escalas, pagamentos dos profissionais nos meses de agosto e setembro, negociação dos valores pendentes com médicos e fornecedores, além de solicitações de medicamentos ao município e de profissionais médicos das cidades da COMCAM para atendimentos em escalas na maternidade e UTI Neonatal da Santa Casa”.
O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Ciscomcam) e prefeito de Moreira Sales, Rafael do Prado, se colocou a disposição para buscar o diálogo. “Crise pior que essa que estamos atravessando, enfrentamos na Covid-19, nos unimos e salvamos vidas. Agora não é hora de chorar o leite derramado e sim buscar diálogos entre os prefeitos para amenizar a situação de um hospital que atende não só Campo Mourão, mas toda a região”, disse.
Já a presidente do Conselho municipal de Saúde, Lenilda Assis, enfatizou a ideia de tornar o hospital 100% SUS. “Defendemos o hospital Santa Casa 100% público, gratuito, sob a gestão do SUS e com ampla participação da comunidade”.
O coordenador Sergio Henrique dos Santos, ex-secretário municipal de Saúde, também buscou o diálogo e articulação para resolver os entraves. “Temos total interesse em resolver qualquer situação ligada a Saúde, seja a solução estar em nossas mãos ou necessite da articulação política. A Saúde pública é nosso objetivo”.